Pimenta malagueta, forte, popular e poderosa na culinária e na medicina

22 de outubro de 2018 6 minutos de leitura
Pimenta malagueta

A pimenta malagueta dá sabor à nossa vida. Esse alimento que, como tantos outros, veio daqui da América para enriquecer nossa gastronomia, tem o poder de dar cor e sabor aos nossos pratos e paladares. 

Basta um toque de pimenta malagueta para aproveitar os benefícios da especiaria. Eles se devem à capsaicina, que estimula a digestão, a circulação e as endorfinas, conheça melhor a malagueta e entenda porque é tão benéfico para a saúde.

Conheça mais a pimenta malagueta

A pimenta malagueta, apesar de sua pungência, é uma especiaria muito popular, conhecida por suas propriedades medicinais. Nativa da região da América Central, a especiaria é cultivada amplamente em muitas partes do mundo como um importante produto comercial.

A pungência da pimenta malagueta é medida em “unidades de calor Scoville” (SHU). A título de comparação, na escala Scoville, um pimentão possui 0 SHU:

  • Uma pimenta caiena em torno de 2.500-4.000 unidades
  • Uma pimenta malagueta mexicana entre 200.000 a 500.000 unidades.

As pimentas têm um forte sabor picante devido à presença dos compostos alcalóides ativos capsaicina, capsantina e capsorubina.

Benefícios da pimenta malagueta para a saúde

Primeiramente, a capsaicina não é apenas o sabor picante das pimentas que usamos na culinária; ela também é o ingrediente ativo mais importante dessas pimentas, responsável por suas propriedades de saúde. Portanto, confira os principais benefícios da pimenta malagueta:

Digestiva

A pimenta malagueta estimula a produção de saliva e sucos gástricos, por isso é recomendada para digestão lenta. Experimentalmente, teve como resultado que pequenas quantidades de seu suco produzem uma notável contração da vesícula biliar e ativam a secreção da bile.

Auxílio depurativo

Uma pitada de pimenta faz parte da fórmula da cura depurativa à base de xarope de seiva e suco de limão, graças à sua capacidade de dissolver o muco e regenerar o sangue.

Antibiótico

A capsaicina é um agente antibiótico eficaz: os alimentos preparados com pimenta malagueta conservam-se por mais tempo, uma das razões pelas quais essa especiaria é popular nas regiões tropicais.

Antiulceroso

É paradoxal, mas os alimentos apimentados não agravam as úlceras, e a pimenta pode até curá-las. Se você sofre de úlcera gastroduodenal, além de eliminar o café, o tabaco e o álcool. Ela tem um bom efeito anestésico e também atrai sangue para a superfície do tecido danificado. Alguns goles de infusão de pimenta (ou uma cápsula do pó se o sabor da infusão for muito forte) podem ser tomados duas ou três vezes ao dia por um período de tempo.

Protetor do coração e das artérias

Protege o coração e as artérias e reduz os níveis de colesterol e triglicerídeos. Embora o mecanismo exato de ação desse efeito seja atualmente desconhecido, sabe-se que ele beneficia a estrutura interna das células que compõem os vasos sanguíneos.

Processamento da pimenta malagueta

A pimenta malagueta é encontrada nas variedades de pimenta do gênero Capsicum. A pimenta malagueta (Capsicum frutescens) é a mais rica em capsaicina de todas, confira como funciona o seu processamento.

Seleção e armazenamento

As pimentas malaguetas podem ser encontradas durante todo o ano nos mercados, sejam verdes ou vermelhas, frescas, secas ou em pó. Procure comprar vagens inteiras e frescas da pimenta, ao invés do pó, pois muitas vezes este pode estar adulterado, ao conter outras substâncias ou condimentos adicionados.

Selecione pimentas frescas de coloração brilhante, com caule saudável, íntegro e compacto. Evite as vagens com manchas ou aquelas com as pontas estragadas ou com fungos. Armazene sob refrigeração em um saco plástico, onde permanecem frescas por até uma semana.

Pimentas malaguetas em pó também estão disponíveis nos mercados, precisam estar armazenadas à temperatura ambiente em local fresco e escuro, dentro de recipientes hermeticamente fechados, por até vários meses. Você também pode moer usando um moinho ou processador sempre que utilizados.

Usos medicinais

A Capsaicina e os outros compostos do grupo dos capsaicinóides estão presentes no preparo de pomadas e tinturas devido às suas propriedades adstringentes, calmantes e analgésicas. Estas formulações vem sendo utilizadas no tratamento de dores artríticas, neuralgia pós-herpética, inflamação muscular, dentre outras. 

Estudos experimentais sugerem que a capsaicina possui propriedades antibacterianas, anti carcinogênicas, analgésicas, e anti diabéticas. A capsaicina também estaria implicada na redução de peso em pessoas obesas e na redução dos níveis sanguíneos de glicose e de LDL colesterol.

Usos culinários

Ao preparar, lave as pimentas malaguetas em água limpa antes de cozinhar para remover quaisquer fungicidas residuais, areia ou sujeiras. Manuseie-as cuidadosamente! A pimenta malagueta, fresca ou em pó, pode causar forte sensação de queimação nas mãos e séria irritação na boca, nariz, olhos e garganta. Portanto, para alguns indivíduos sensíveis pode ser aconselhável a utilização de luvas e máscaras faciais ao manuseá-las.

Aviso de segurança

As pimentas malaguetas contêm capsaicina, responsável pelo forte sabor picante. A capsaicina causa irritação severa e sensação de queimação na boca, língua e garganta. Inicialmente provoca inflamação local quando entra em contato com a mucosa da cavidade oral, garganta e estômago.

Ela pode causar uma grave sensação de queimação quando percebida pelas terminações nervosas livres na mucosa. Consumir iogurte gelado ajuda a reduzir o incômodo provocado pela sensação de queimação, devido à diluição da concentração de capsaicina e o bloqueio do seu contato com as paredes da mucosa.

Evite tocar nos olhos com os dedos contaminados com pimenta. Lave bem os olhos com água fria para reduzir a irritação. Pimentas podem agravar a condição de refluxo gastroesofágico (RGE) existente. Certos compostos químicos como a aflatoxina (fungo), encontrados em malaguetas já em estado de deterioração, podem causar câncer de estômago, fígado e cólon.

Fontes:

  1. USDA National Nutrient Database. (em inglês)
  2. Gernot-Katzer’s spice pages. (em inglês)

 

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